A farmácia do Hospital do São João deverá fechar portas ao público a partir da próxima sexta-feira. Isto porque a administração do hospital não abriu o concurso público, obrigatório, para que haja continuação da concessão do espaço. Em causa está, alegadamente, uma dívida de cerca de quatro milhões de euros.
A medida já era expectável, depois de ter vindo a público, em 2013, que as dívidas das seis farmácias hospitalares, espalhadas pelo país, na altura de 16 milhões de euros, iriam inviabilizar a abertura de novos concursos públicos, quando os contratos de concessão, de cinco anos, chegassem ao fim.
Carlos Vaz Mendes, ex-adminitrador da Sociedade Central de Farmacêutica Hospitalar (sociedade em processo de insolvência), que geria a farmácia do São João diz-se indignado: "seis meses depois da abertura da farmácia, os problemas começaram e tentámos que houvesse uma alternativa, tentámos renegociar o contrato", alega. Mas tal nunca pareceu ser possível, porque, segundo diz o ex-gestor, "o hospital sempre soube que a farmácia não tinha condições para pagar o que estava acordado, mas nunca quis dia logar". O caso está a deixar os trabalhadores e utentes em alvoroço. Nélson Montalvão, técnico de manutenção, é quem está a mobilizar esforços para chamar a atenção para o fecho da farmácia. "Já recorremos a quem podíamos. Estão em causa 22 postos de trabalho e o serviço a uma grande comunidade de utentes, onde se insere o hospital", diz o técnico reforçando, que a farmácia é viável, uma vez que atendem, em média, 1000 utentes por dia.
O JN questionou a administração do hospital, que se mostrou disponível para responder sem contudo o ter feito em tempo útil.
[Fonte: JN]