Cancro domina investigação de farmacêuticas em Portugal
19 de julho de 2015

As doenças oncológicas estão a ser o alvo principal da investigação que a indústria farmacêutica está a fazer em Portugal. Contactadas pelo Diário Económico, a maioria das farmacêuticas afirmou estar a realizar ensaios clínicos nesta área.

A portuguesa Bluepharma, que investe 10% do que factura em inovação e desenvolvimento (I&D), destaca “os progressos conseguidos nas áreas da inovação e internacionalização, com o ensaio clínico do primeiro produto oncológico de origem portuguesa, o LUZ 11”. A multinacional Bayer Portugal tem 20 ensaios a decorrer em Portugal, dos quais vários na área de oncologia. O valor global de investimento em investigação da Bayer, em Portugal, ascende a um milhão de euros, “montante que triplicou nos últimos cinco anos e que engloba investigação clínica, ensaios clínicos e estudos observacionais em todas as fases”, diz Florian Ibe, o novo director geral da empresa. A oncologia, destaca, é “uma das principais áreas de actuação” da farmacêutica, a par da cardiologia, saúde da mulher, oftalmologia e hipertensão pulmonar.

17% das vendas da MSD são alocadas à investigação, estando para breve o lançamento de um novo medicamento na área de oncologia. Vítor Virgínia, director-geral, adianta que estão a decorrer em Portugal “um número significativo de ensaios clínicos na área”. E revela o entusiasmo da farmacêutica no lançamento de medicamentos “de valor terapêutico muito substancial”. Um deles é na área de imuno-oncologia. “Estamos a falar de medicamentos que se traduzem numa revolução de paradigma, em algo que pode mudar completamente a forma de tratamento do cancro e a qualidade de vida das pessoas com problema oncológico”, afirma.

Também a Sanofi Portugal e a Pfizer desenvolvem projectos de investigação na área de oncologia. Esta última “lançou e viu aprovada a comparticipação de medicamentos inovadores na área da oncologia nos últimos 12 meses”, frisa Ana Torres, ‘country manager’, que destaca ainda as áreas de cardiologia e vacinas.

A responsável informa serem seis as áreas prioritárias definidas pela farmacêutica: imunologia e inflamação, cardiovascular e doenças metabólicas, oncologia, neuro-ciências e dor, doenças raras e vacinas, sendo em oncologia que tem investido mais. “Uma das áreas de forte investimento da Pfizer nos últimos anos tem sido a oncologia, assistindo-se a novos e animadores resultados de um ‘pipeline’ diversificado, com medicamentos indicados no tratamento de diversos tipos de cancro”, sublinha Ana Torres.

São eles o cancro da mama, do rim e a leucemia. Nesta área, a responsável destaca o ‘palbociclib’, medicamento “indicado para o tratamento do cancro da mama avançado com receptores hormonais positivos e Her2 negativo”. Segundo a responsável, este “é o primeiro fármaco de uma nova categoria e apresentou resultados muito promissores”.

[Fonte: Diário Económico]