A vacina desenvolvida pela GlaxoSmithKline (GSK) - e apoiada pela Bill and Melinda Gates Foundation - está à espera de aprovação da Agência Europeia do Medicamento. O The Guardian lembra a também necessária aprovação por parte da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Esta inovação pode ajudar a proteger milhões de crianças na África subsariana. A primeira vacina contra a malária tem mostrado algum sucesso no combate à doença, reduzindo o risco de vida.
Estamos perante um avanço no combate a uma doença que mata cerca de 500 mil crianças por ano por todo o planeta. A média é de uma criança por minuto, com África a ser a região mais atingida.
A Agência Europeia do Medicamento reúne-se esta sexta-feira, em Londres, para decidir da viabilidade e recomendação da vacina.
Em desenvolvimento há 30 anos, a vacina foi submetida para avaliação pela GSK há um ano. A injeção foi testada em 11 locais africanos diferentes. Até agora foram investidos mais de 565 milhões de dólares (cerca de 517 milhões de euros) neste fármaco.
Esperança no futuro
A confirmarem-se as expectativas postas numa autorização da Agência Europeia do Medicamento, a bola passa para a OMS, que deve decidir da viabilidade da vacina em África. Espera-se que o programa da vacina seja financiado pela Gavi, uma união fundada pela Gates Foundation.
O comité da Organização Mundial de Saúde tem reunião prevista para outubro. Depois dessa reunião, a GSK terá de fazer uma análise científica da vacina para que a ONU e outras organizações ajudem a promover a medicação.
Investigar para evoluir
A pesquisa para o desenvolvimento desta primeira vacina contra a malária começou no final de 1980. A GSK terá ainda de investir uns 200 milhões de dólares (285 milhões de euros) até que o processo esteja concluído. Brian Greenwood, professor na London School of Hygiene and Tropical Medicine descreveu a vacina como “imperfeita”. Ainda assim, está a ser vista como um importante avanço.
Fontes envolvidas processo disseram à Reuters que o preço aconselhado por dose é de 5 dólares (cerca de 4,5 euros) – aproximadamente o mesmo valor de um mosquiteiro tratado com inseticida.
A GSK fez saber que vai definir um preço que cubra os custos com uma margem de lucro de cinco por cento. Margem que a farmacêutica diz pretender reinvestir em pesquisa sobre a malária e outras doenças.
Os últimos resultados, publicados na revista médica Lancet e citados pelo Guardian, mostraram que a vacina funciona melhor em crianças com idade acima dos cinco meses, o que poderá excluí-la do plano de vacinação infantil. Outra desvantagem poderá ser a perda de efeito ao longo do tempo, o que implica a necessidade de reforçar as doses.
[Fonte: RTP]