Portugueses continuam gordos e a morrer de doenças do coração
30 de setembro de 2015

 As doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte em Portugal, sobretudo entre a população com excesso de peso. Quase 70% dos portugueses com alto risco cardiovascular é obeso ou está a caminho disso. São essas as conclusões da quarta edição do estudo europeu EuroAspire, que pela primeira vez incluiu Portugal na sua comparação. Um outro estudo – feito no arquipélago da Madeira – revela, por outro lado, que os madeirenses têm maior probabilidade de ter doenças cardíacas do que os restantes portugueses.

Enquanto a investigação europeia envolveu 6700 pessoas, 406 das quais portuguesas – com hipertensão, diabetes, obesidade e níveis de colesterol elevados –, o estudo na Madeira contou com 69 dos 141 médicos de medicina geral e familiar da região autónoma e seguiu os doentes com hipertensão que estavam medicados e cuja medicação não tinha sido alterada no último mês, medindo-lhes a tensão arterial duas vezes ao dia. 

Ao nível europeu, Portugal até não é dos piores no que se refere ao controlo da maioria dos factores de risco, mas há dois que nos fazem descer na tabela: o sedentarismo e a falta de exercício físico. Daí que os doentes de risco são os que mais sofrem de problemas de tensão, colesterol e diabetes.

A obesidade central afecta 68% dos doentes portugueses (72% das mulheres e 52% dos homens), um valor ligeiramente superior à média europeia (64%), mas inferior ao de Espanha (75%). O EuroAspire mostra ainda que 80% dos doentes europeus têm excesso de peso e 44% são obesos. Portugal ocupa o 10.o lugar num conjunto de 14 países, com 38% de obesidade – ainda assim, abaixo da média europeia (44%).

As doenças cardiovasculares são a primeira causa de morte em Portugal, mas o risco é maior para os madeirenses, excepto no escalão de alto risco. O estudo na Madeira concluiu ainda que os pacientes madeirenses “são doentes de mais alto risco mas que têm a tensão arterial mais bem controlada”. Estes resultados parecem apontar para uma utilização mais frequente de fármacos no arquipélago.

 

[Fonte - texto e imagem: Jornal I]