Identifique os sinais de alarme e saiba que exames permitem confirmar esta patologia que atinge praticamente apenas mulheres e regista uma maior incidência em indivíduos caucasianos.
Os números continuam a alarmar. Em Portugal, cerca de 4.500 novos casos de cancro da mama engrossam anualmente as estatísticas, o que equivale a uma média de 9 a 10 novos casos por dia. Em cada 100 pessoas portadoras da doença, apenas um é um homem. Cerca de 75 por cento dos cancros da mama aparecem depois dos 50 anos e verifica-se uma maior incidência da doença em indivíduos caucasianos.
O cancro da mama pode apresentar-se de várias formas:
- Um nódulo
- Uma mastite (a mama fica inchada e vermelha, por vezes com a pele assemelhando-se à casca de uma laranja, podendo acompanhar-se de dor)
- Por retração (encolhimento) da pele
- Por corrimento mamilar
Pode assim compreender-se que o autoexame (observação feita pela própria mulher) é muito importante na deteção precoce do cancro, permitindo, frequentemente, um diagnóstico mais precoce com a consequente maior probabilidade de cura, evitando que o tumor metastize e se dissemine a outras partes do corpo. Para saber como deve proceder em casa, clique aqui.
O diagnóstico dos médicos
Para fazer o diagnóstico de cancro da mama, o médico baseia-se no exame clínico, designadamente na observação da mama, e nos exames de imagem. A mamografia é habitualmente o primeiro exame a ser realizado. Permite detetar, na maioria dos casos, os tumores e caracterizá-los, determinar a sua localização, o seu tamanho, as suas características.
Na mamografia podem ser diagnosticados tumores que não têm tamanho para serem palpados, o que só acontece habitualmente quando têm pelo menos dois centímetros de diâmetro. Admite-se que pode detetar-se um tumor um ou dois anos antes de se tornar palpável, o que tem franco benefício em termos de sobrevivência. Os cancros podem ter vários aspectos na mamografia. Os mais frequentes são a distorção, as calcificações com aspecto maligno e o nódulo irregular.
A ecografia é também muito útil, complementando a mamografia e permitindo desde logo uma importante divisão entre nódulos sólidos e quistos, sendo estes últimos habitualmente benignos. Relativamente aos nódulos sólidos, o seu aspeto ecográfico pode orientar no diagnóstico relativamente à sua natureza benigna ou maligna.
Os exames que os médicos fazem para confirmar o pior diagnóstico
A ressonância magnética é também um exame cada vez mais solicitado para esclarecimento de lesões duvidosas na mamografia e/ou na ecografia e para caracterização de tumores já diagnosticados. Assim, por exemplo, se depois do exame clínico e da mamografia e ecografia, há suspeita de que uma lesão corresponda de facto a um cancro, o médico pode fazer uma citologia ou uma biopsia, que corresponde à obtenção de uma pequena porção da referida lesão.
Esta será enviada para um laboratório de anatomia patológica, onde será analisada ao microscópio que geralmente dá o diagnóstico definitivo. Depois de confirmado o diagnóstico de neoplasia maligna pelo anatomopatologista e, se ainda não foi realizada a ressonância magnética, esta pode então ser solicitada para melhor caracterização da lesão, nomeadamente a sua verdadeira dimensão e a eventual presença de outros focos tumorais.
Este meio de diagnóstico permite assim, em casos selecionados, «uma melhor programação do tratamento a adotar», como explica o livro «34 Copa B - Guia prático sobre a mama, a saúde e a sexualidade» de Ana Paula Avillez, médica imagiologista especialista em senologia, publicado pela editora Academia do Livro.
[Fonte: Sapo/Revista Prevenir através de Medlog Sgps]
Imagem: Shutterstock