"O SNS vai falir se não reduzirmos a doença"
23 de outubro de 2015

Procurar novos projetos e soluções que promovam uma maior integração do farmacêutico no sistema de saúde é uma das medidas que Ana Paula Martins pretende tomar se for eleita bastonária da Ordem dos Farmacêuticos. As eleições realizam-se a 6 de fevereiro próximo e a sua candidatura é a primeira a ser divulgada.

“A nossa proposta de valor é responder às necessidades que os doentes têm através das nossas competências ligadas à prevenção, diagnóstico e à terapêutica “, disse ao JN. Segundo Ana Paula Martins, os farmacêuticos têm vindo a adquirir competências em áreas de saúde pública, como o programa da troca de seringas, atuam na área da vacinação e do diagnóstico, a nível de análises clínicas, e na dispensa de medicamentos hospitalares”, mas há outras áreas em que podem trabalhar, como a vigilância dos doentes polimedicados. “Se tivermos pessoas que façam cinco ou mais medicamentos, que tenham tido efeitos adversos ou sido hospitalizados por mau uso de medicamentos, se o médico ou enfermeiro quiser pedir uma atenção especial a estes doentes, nós não temos maneira de o fazer”, lamentou.

A sustentabilidade do sistema de saúde é um dos desafios que os farmacêuticos também enfrentam. “Não é só nós precisarmos de ter dinheiro para tratar os cidadãos e para prevenir a doença. É também o desafio de termos uma população a envelhecer. Vamos ter de agilizar o sistema de saúde nesse sentido”. E alertou: “O Serviço Nacional de Saúde vai falir se não conseguirmos reduzir a carga de doença que aí vem”. Uma das formas de o fazer, que pode ser assegurada pelos farmacêuticos, adiantou, é a “avaliação de risco de cidadãos que podem ser diabéticos”.

A candidatura pretende “rejuvenescer” a Ordem, para criar uma “transição geracional”. De acordo com Ana Paula Martins, os jovens que estão a iniciar-se na profissão são empreendedores e para os ajudar a candidata defende a criação de linhas de apoio ou a ligação a tecidos empresariais.

 

[Fonte: Jornal de Notícias]