Em Loriga, na Guarda, há um centro de saúde, um posto de correios que só abre de manhã - com ajuda da junta de freguesia - e uma farmácia, que também teve de reduzir o horário com a chegada da crise económica. Mas mantém-se estoicamente aberta para a população, muito idosa, dispensando muito mais do que medicamentos e conselhos terapêuticos. "Somos o apoio de muitos idosos, damos suporte social e psicológico", conta a diretora da Farmácia Popular, Paula Rodrigues. "Aos sábados, alguns idosos ou familiares vêm cá para prepararmos as caixinhas com os medicamentos da semana. Muitos estão sozinhos e trocam tudo", conta.
O espírito de missão conta-se nestas respostas que chegam à população. São cerca de 70 serviços que não são pagos, na maioria, e que têm um valor inestimável para a população, seja na redução de idas a serviços de saúde, poupanças ao sistema e utentes e ainda na melhoria da qualidade de vida.
Segundo os dados preliminares de um estudo que será hoje divulgado no congresso nacional dos farmacêuticos, há 4,2 milhões de portugueses que vão às farmácias para ter acesso a cuidados de saúde: medição da tensão arterial, da glicemia, educação para a diabetes e outras doenças crónicas, realização de testes ou serviços para adesão à terapêutica. Anualmente são 120 milhões de intervenções realizadas nestas unidades, que evitam 22 mil urgências por ano e outros tantos internamentos.
[Fonte - texto e imagem: DN]