Combater os casos em que os doentes aviam apenas alguns dos medicamentos receitados pelo médico é o principal objetivo da Associação Dignitude, que quer ajudar os doentes mais carenciados a levarem todos os medicamentos receitados para casa, sem terem de se preocupar com os custos.
O fundo de apoio à compra de medicamentos será alimentado através de donativos e a comparticipação será calculada de acordo com os rendimentos e as doenças de cada utente das farmácias.
O Estado comparticipa os medicamentos na mesma medida para todos os cidadãos, o que a associação Dignitude pretende fazer é ajustar a comparticipação de acordo com a situação económica de cada utente. A ajuda oferecida pelo fundo também dependerá das contribuições angariadas junto de empresas, da indústria farmacêutica, instituições de solidariedade ou instituições públicas.
Os cidadãos poderão contribuir arredondando o valor da fatura em benefício do fundo ou entregando o troco para o mesmo efeito.
Os doentes carenciados terão acesso à comparticipação complementar sem serem identificados nas farmácias. A ideia é que a compra se processo naturalmente e que, com a apresentação do Cartão do Cidadão, a base de dados da Segurança Social identifique os doentes que devem ser beneficiados, por exemplo, por receberem o rendimento social de inserção ou o complementos solidário de idosos. As misericórdias, IPSS ou mutualidades também ajudarão a identificar os beneficiários.
«Trata-se de um fundo permanente destinado a comparticipar a aquisição de medicamentos por parte de cidadãos com necessidades económicas, em toda a rede de farmácias», explica a Associação Nacional de Farmácias (ANF), uma das instituições promotoras da ideia. A Associação da Indústria Farmacêutica (Apifarma), a Cáritas Portugal e a Plataforma Saúde em Diálogo (que reúne várias associações de doentes), são os restantes parceiros da iniciativa.
A nova IPSS conta, ainda, com diversos "embaixadores" de peso, como o ex-ministro dos Assuntos Sociais e "pai" do Serviço Nacional de Saúde, António Arnaut, o ex-presidente da República Ramalho Eanes, a investigadora Odette Ferreira e a antiga ministra da Saúde, e atual candidata à presidência da República, Maria de Belém Roseira.
A associação foi formalmente constituída esta quarta-feira e deverá entrar em funcionamento no início do próximo ano.
[Fonte: Visão]
[Imagem - David Clifford através de: Visão]