A Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP) recomenda a vacinação contra o Vírus do Papiloma Humano (HPV), a título individual, dos adolescentes do sexo masculino e a vacinação contra a tosse convulsa de jovens pais e conviventes de recém-nascidos.
De acordo com uma atualização das recomendações sobre vacinas extra do Programa Nacional de Vacinação (PNV), elaboradas pela Sociedade de Infeciologia Pediátrica (SIP) da SPP, os jovens adolescentes devem vacinar-se, a título individual, contra o HPV, “como forma de prevenir as lesões associadas a este vírus”.
No documento lê-se que que o HPV “é responsável, em todo o mundo e em ambos os sexos, por lesões benignas e neoplasias malignas, com incidência elevada”. “É hoje considerado o segundo carcinogéneo mais importante, logo a seguir ao tabaco. Está associado a 5% dos cancros, em geral, e a 10% na mulher”, prosseguem os autores.
Segundo a SIP, “os homens encontram-se em risco de desenvolver condilomas genitais, cancros do ânus, do pénis, da cabeça e pescoço e neoplasias intraepiteliais do pénis e ânus”.
Em Portugal, a vacina contra o HPV foi introduzida no PNV em Outubro 2008, para todas as adolescentes com 13 anos de idade num esquema de três doses. A partir do dia 1 de Outubro de 2014, a vacinação em âmbito de PNV passou a ser recomendada para as raparigas entre os 10 e 13 anos de idade num esquema de duas doses.
Tendo em conta que “a carga da doença por HPV é relevante no sexo masculino e não existem rastreios implementados para a prevenção dos cancros associados a HPV”, os especialistas concluíram que “a forma de reduzir individualmente o risco de doença, para além da proteção indireta, é através da vacinação”.
Em relação à tosse convulsa, a SPP recomenda a “vacinação de jovens pais e conviventes que desejem reduzir o risco de infecção para si e para os recém-nascidos com quem residem”.
“A vacinação durante o terceiro trimestre da gravidez (entre as 28 e 36 semanas) durante surtos, como o que ocorre atualmente na Europa” e a “vacinação de adolescentes e adultos” são medidas de proteção individual igualmente recomendadas. Em Julho, o diretor-geral da Saúde disse que as autoridades estão preocupadas com os casos de tosse convulsa em Portugal, provocada por uma bactéria, que também afeta outros países europeus e os Estados Unidos. Dados da OMS, citados neste documento, indicam que em 2008 se registaram 16 milhões de casos no mundo e 195 mil mortes em crianças.
“Nos últimos anos tem-se observado um aumento ligeiro do número de casos, embora flutuante”, lê-se no documento que pode ser consultado no “site” da SPP.
Além destas recomendações a SIP/SPP mantém a recomendação da proteção contra a meningite causada pela bactéria “Neisseria meningitidis” tipo B, nomeadamente “a vacinação das crianças dos dois meses aos dois anos”, podendo também “ser administrada a crianças e adolescentes”.
Para o rotavírus, que causa gastrenterite aguda, a SPP mantém “a recomendação de vacinação de todas as crianças saudáveis, reforçando a importância do cumprimento das indicações quanto à idade de vacinação”.
[Fonte: Grupo Cooprofar-Medlog]