Além de perguntas do género das acima referidas, os delegados de saúde vão ainda verificar as condições dos lares, se o ambiente é propício ou não a infeções, a lotação das camas, o espaçamento entre elas e se os lares implementaram as medidas de prevenção necessárias, como a vacinação dos utentes.
Estas visitas já começaram a ser realizadas e vão continuar até terem sido visitados todos os lares ou, pelo menos, os de maior dimensão. E não terão efeitos em termos de contra-ordenações.
A aposta nas “intervenções pedagógicas” em lares deve-se ao facto de, explicaram os dirigentes da DGS, no ano passado o “excesso de mortes ter acontecido na população idosa acima dos 80 anos e, sobretudo, acima dos 85 anos”, justificou a subdiretora-geral da DGS, Graça Freitas, num encontro com jornalistas.
Outro dos pontos em que os dirigentes da saúde se focaram foi no da utilização da Linha Saúde 24. A ideia é criar nas pessoas o hábito de ligarem para esta linha de apoio antes de correrem para as urgências hospitalares. E, para isso, a Direção-Geral de Saúde (DGS) estabeleceu um protocolo com as farmácias portuguesas que passarão também a aconselhar a utilização desta linha e até mesmo a ligar, caso o utente não tenha meios para fazê-lo.
Já em relação ao alargamento dos horários dos centros de saúde, medida que já entrou em vigor no início deste mês e que se prolonga até fevereiro, esse dependerá sempre das necessidades, esclareceu Francisco George. E a Linha Saúde 24 estará sempre informada sobre os horários que estão a ser praticados por estas unidades de saúde, e que serão flexíveis, pelo que o utente poderá saber ligando para lá.
Hospitais também já têm planos de contingência
E se as pessoas não ligarem para a Linha Saúde 24, nem forem aos centros de saúde, e continuarem a ir às urgências hospitalares? Estão os hospitais preparados para responder a um grande fluxo de doentes? Graça Freitas, da DGS, garantiu que também as unidades hospitalares têm planos de contingência desenhados e que este ano a DGS tem umquadro de monitorização montado que permitirá antecipar em até 10 dias as alterações de movimento, em função da atividade gripal e das temperatras. “Isso ajudará a aplicar os planos de contingência que as unidades de saúde têm”, acrescentou Graça Freitas.
Em relação aos problemas ocorridos no ano passado, a subdiretora-geral de Saúde não negou a sua existência, mas preferiu focar-se nas aprendizagens a tirar com eles. “Há que tirar lições daquilo que se verificou para evitar esse risco.”
E para evitar erros como os do passado, os hospitais já estão a rever as autorizações de férias dadas aos médicos, assim como a reforçar as escalas nos fins de semana em que se prevê maiores picos de afluência, nomeadamente, no Natal e final do ano. Sendo que isto tudo será acionado caso se justifique. O plano prevê, também, a abertura de mais camas de internamento nos hospitais e a existência de mais macas.
Presente na reunião com os jornalistas, na Direção-geral de Saúde, Raquel Guiomar, do Instituto Ricardo Jorge, deu conta de que a atividade gripal está “muito baixa” a nível europeu e que as estirpes que estão a ser detetadas, sem grandes certezas ainda, “parecem ter alguma semelhança com as estirpes selecionadas para a vacina” distribuída.
[Fonte: Observador]