Epidemia de gripe enche urgências hospitalares
18 de dezembro de 2015

Na última semana, as urgências hospitalares atenderam, em média, cerca de 13 mil pessoas por dia, mais 30 por cento do que é habitual nesta época, segundo dados da Direcção-Geral de Saúde.

Em declarações à agência Lusa, o coordenador do dispositivo da Direcção-Geral de Saúde (DGS) que monitoriza a afluência às urgências explicou que este aumento se deve, sobretudo, a uma epidemia de gripe, que deverá prolongar-se, pelo menos, ao longo dos próximos 15 dias.

"A média [de afluência às urgências] da última semana está acima das 13 mil pessoas por dia, quando o valor esperado para esta época varia entre as oito e as 10 mil", afirmou Mário Carreira.

Só na passada segunda-feira, por exemplo, 15 mil portugueses foram às urgências hospitalares de todo o país, o que representa um aumento de 50 por cento em relação à média normal de atendimento.

"Estamos perante uma epidemia de gripe que está a causar esta elevada afluência aos hospitais. É provável que se mantenha ao longo das próximas duas semanas, até porque só na semana que vem é que deverá ser atingido o pico da epidemia", adiantou o responsável.

A DGS não dispõe ainda de dados relativos à afluência às urgências registada sexta-feira, um dia que foi particularmente crítico em muitas unidades hospitalares, como o Amadora-Sintra, que chegou a ter um tempo de espera de cerca de 12 horas, mesmo para casos classificados como urgentes e muito urgentes.

No Hospital de Santa Maria (HSM), em Lisboa, o tempo de espera não foi tão grande, mas registou-se igualmente um "aumento do número de utentes atendidos", situação que "foi acalmando ao longo da noite e que se encontrava normalizada esta manhã", segundo o director clínico, João Correia da Cunha.

Segundo Mário Carreira, a elevada afluência não se verificou apenas na região da Grande Lisboa, mas "um pouco por todo o país".

No Grande Porto, por exemplo, o Hospital Pedro Hispano, de Matosinhos, tem estado a registar grande afluência de utentes devido à gripe, o que provocou atrasos de sete a oito horas no atendimento.

Já no São João e no Santo António, os dois hospitais centrais da região, o número de utentes atendidos sexta-feira foi considerado normal.

No Algarve registou-se também um pico de afluência, apesar de esta não ter ultrapassado os parâmetros normais para a época, segundo disse à fonte do Hospital Central de Faro.

 

[Fonte:JN]