Gripe está aí. Mais de 2 mil consultas por gripe nos centros de saúde
12 de janeiro de 2016

Os centros de saúde fizeram numa semana 2179 consultas relacionadas com a gripe. O pico é esperado entre o final deste mês e o início do próximo, mas já levou 18 pessoas a serem internadas nos cuidados intensivos, na maioria entre os 15 e os 64 anos e infetados com o vírus A H1N1, que em 2009 ficou conhecido como gripe A. Nos primeiros cinco dias do ano a Linha Saúde 24 atendeu 14 323 chamadas. Em vários locais do país há centros de saúde a funcionar com horário alargado. Cerca de 1,6 milhões de pessoas já foram vacinadas.

De acordo com a Direção-geral da Saúde (DGS), "na semana de 28 de dezembro a 3 de janeiro foram registadas 2179 consultas de síndrome gripal em cuidados de saúde primários". Segundo o relatório do Instituto Ricardo Jorge, a gripe estará a entrar no período epidémico. A Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte disse que na primeira semana de janeiro "apenas cerca de 2% do total de consultas realizadas nos cuidados de saúde primários tiveram diagnóstico de síndrome gripal (cerca de mil)". Há 63 centros de saúde em horário alargado.

Na região Centro todos os centros de saúde da zona de Coimbra estão abertos até às 22 horas e na região de Lisboa e Vale do Tejo há 25 unidades com horário prolongado ou complementar. No Algarve cuidados de saúde primários e hospitais estão a monitorizar a procura para avaliar a necessidade de reforço: "Nos dias 9 e 10, devido ao acréscimo de procura, a equipa da consulta de recurso no Centro de Saúde de Tavira foi reforçada, entre as 9 e as 18 horas, com mais um médico e um enfermeiro".

O conselho tem sido que as pessoas liguem para a Saúde 24, que nos primeiros cinco dias do ano atendeu 14 323 chamadas, mais 3754 do que em igual período de 2015. Em dezembro a média diária de chamadas por síndrome gripal foi de 160. A maioria dos utentes (55%) tinha até 18 anos e 20% entre os 35 e os 69 anos. Para 30% a recomendação foi de consulta médica e 20% de observação urgente.

Nos hospitais, de forma geral, a pressão das urgências tem sido menor em comparação com o início de 2016. Por exemplo, o Amadora-Sintra está com uma média de 220 episódios de urgência (ontem foi de 280) e o Santa Maria passou de 603 urgências no dia 3 para 358 no dia 10. Já o S. José referiu que a procura tem sido superior em comparação com período homólogo "com uma média de 430 doentes por dia. Mantém-se a prevalência de doenças respiratórias e síndrome gripal, sendo elevada a taxa de internamento".

Segundo Graça Freitas, subdiretora-geral da Saúde, "um milhão de pessoas já foram vacinadas de forma gratuita". De 1 de outubro a 31 de dezembro "foram dispensadas 550 mil vacinas, o que corresponde a 80% das doses colocadas em farmácias", adiantou a Associação Nacional de Farmácias. 

 

[Fonte: DN]

 

Imagem: Natacha Cardoso/Global Imagens